Divergência sobre presidência faz tucanos suspenderem tratativas para criação do novo partido com podemistas
Depois de meses de negociações, a incorporação entre o PSDB e o Podemos para criação de um novo partido parece que foi enterrada antes mesmo de nascer oficialmente. A razão do provável naufrágio se trata de divergências sobre o comando da sigla, conforme noticiado pelo Diário nesta semana. A informação foi ratificada por tucanos como o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo.
A falta de consenso entre as partes teria ocorrido após a presidente nacional do Podemos e deputada federal Renata Abreu (SP) reafirmar a pretensão de permanecer, no mínimo, quatro anos na presidência, para somente depois dar início ao revezamento no comando da legenda. Entretanto, os tucanos queriam uma alternância mais imediata, tendo como exemplo o acordo firmado na federação entre o União Brasil e o Progressistas.
Tal discordância se somou a outra barreira, desta vez jurídica, visto que o PSDB tem uma federação formada com o Cidadania, homologada em maio de 2022 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), podendo somente ser dissolvida ao completar quatro anos. Uma saída para o entrave seria abrir diálogo em direção a uma incorporação unindo as três legendas, com um debate incipiente iniciado em Brasília.
Prefeito da maior cidade istrada pelo Podemos em São Paulo, São Bernardo, Marcelo Lima não demonstrou surpresa pelo aparente desfecho, alegando a situação jurídica do PSDB. “O Podemos jamais poderia ser incorporado pelo PSDB, até porque não estamos preocupados com a questão de simplesmente bater a cláusula de barreira. O Podemos é um partido muito maior do que o PSDB hoje, tanto em representatividade no Congresso (Nacional), como também em todo o Brasil”, afirmou.
No Grande ABC, uma fusão entre o PSDB e o Podemos resultaria em uma bancada de vereadores composta por 18 integrantes distribuídos nas sete cidades. Além de São Bernardo, a sigla também teria o comando de Santo André, segundo maior município da região, sob tutela do prefeito Gilvan Junior (PSDB).
De acordo com dirigentes do PSDB, o foco agora é avançar nos diálogos para integrar uma nova federação com Republicanos, MDB e Solidariedade. A dúvida entre os tucanos junto ao TSE é se o fim da união com Cidadania se daria em março de 2026, quando se completariam quatro anos do protocolo dessa junção, ou em maio do mesmo ano, no caso da homologação.
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