Com cinco casos, município é o segundo com mais mortes pela doença na Grande São Paulo, atrás apenas da Capital
Diadema registrou mais dois óbitos por dengue no ano. Os casos ocorreram em 15 de abril, em uma paciente do sexo feminino de 62 anos, e o outro foi no dia 17 de março, em um idoso de 79 anos, segundo confirmou a Prefeitura. Com os dois novos registros, o município totaliza cinco casos fatais em 2025 e é a segunda cidade da Região Metropolitana de São Paulo com mais mortes pela doença, atrás apenas da Capital, que registra 20 notificações.
Segundo dados do de arboviroses do governo do Estado, o Grande ABC ultraou os 10 mil casos confirmados da doença, com 10.031 no total. Em relação aos óbitos, a região contabiliza nove, sendo cinco em Diadema, dois em São Bernardo, um em Santo André e outro em Ribeirão Pires. A secretaria estadual da Saúde investiga ainda outros 5.446 casos de dengue e cinco mortes.
Apesar da nova atualização, as ocorrências da doença são inferiores ao mesmo período do ano ado. Na 23ª semana epidemiológica de 2024, a atual deste ano, a região registrava 44.572 casos confirmados e 45 mortes por dengue, ou seja, os registros caíram 77,4% e os óbitos 80%.
O diretor da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia), Rodrigo Santana, relembra que o ano ado foi excepcionalmente grave para a dengue no Brasil, com mais de seis milhões de casos prováveis. O aumento de ocorrências em 2024 pode ter sido ocasionado por fatores climáticos, como o aumento das temperaturas e das chuvas, o que favoreceu a proliferação do mosquito Aedes aegypti, e à circulação simultânea de vários sorotipos do vírus, o que aumentou o número de pessoas suscetíveis à infecção.
“A recente queda nos números é um sinal positivo, mas não deve ser vista como prova de que o problema foi resolvido. Em muitos surtos, a diminuição ocorre naturalmente, à medida que parte da população adquire imunidade. Portanto, não é incomum vermos uma redução dos números de casos em períodos seguintes a grandes epidemias”, destacou o infectologista.
Santana reforçou ainda que, durante o inverno, a transmissão da dengue diminui de forma significativa, especialmente nas regiões de clima subtropical e temperado. “Isso ocorre porque as temperaturas mais baixas afetam o ciclo de vida do mosquito, reduzindo sua atividade, capacidade de reprodução e sobrevivência. No entanto, é importante lembrar que essa queda na transmissão não significa que o risco desapareceu por completo”, finalizou o diretor.
AÇÕES
Para combater a dengue, as prefeituras realizam desde o início do ano diversas ações de vigilância e controle dos criadouros do mosquito, como visitas domiciliares, bloqueio de casos suspeitos ou confirmados, avaliação de densidade larvária, nebulização e bloqueio de criadouros, entre outras iniciativas.
Outra forma de combate à doença causada pelo mosquito Aedes aegypti é a vacinação, que está disponível nas unidades de saúde da região desde junho do ano ado. O imunizante é destinado inicialmente para o público infantil, de 10 a 14 anos. Em abril, apenas 32,9% (51.772) jovens foram protegidos com a primeira dose no Grande ABC.
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