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Pressão de alta por ime do IOF perde força e taxas ficam de lado
12/06/2025 | 18:10
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Os juros futuros fecharam desta quinta-feira, 12, perto da estabilidade, após percorrerem a sessão majoritariamente em alta, em meio às disputas em torno da questão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Outro fator de pressão veio do leilão de prefixados do Tesouro com risco bem maior para o mercado.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,845%, de 14,881% no ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 14,18% (de 14,21%). O DI para janeiro de 2029 ou de 13,54% para 13,53%.

As taxas curtas oscilaram de maneira contida, dada a proximidade da reunião do Copom na semana que vem e da expectativa de sinalização de Selic parada em níveis elevados por período prolongado, ainda mais diante do aumento da temperatura do quadro fiscal. "O que estamos vendo agora (sobre o IOF) não interfere na decisão do Copom da próxima semana, mas sim no que pode ocorrer nos próximos meses", afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

Após críticas de parlamentares e empresários, o governo publicou ontem decreto que recalibra o IOF e uma Medida Provisória (MP) com as alternativas à medida. Hoje pela manhã, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar a urgência de um projeto de decreto legislativo que susta efeitos do decreto, o que trouxe grande estresse aos mercados. "Há uma sensação de que tudo pode mudar rapidamente a qualquer momento", avalia Veronese.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), porém afirmou que buscará entendimento até segunda-feira (16), dia em que os deputados devem votar o projeto porque, segundo ele, ainda não há discussão sobre o mérito. "A maioria dos líderes sequer leu ainda o novo decreto", argumentou.

Os parlamentares do Centrão parecem estar unidos contra a possibilidade de aumento de impostos, cobrando do governo medidas pela via de corte de gastos, o que representa um desafio para a articulação política do governo.

Para Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA, o IOF, com muitos efeitos negativos do ponto de vista econômico, gerava uma perspectiva de alcance de resultados fiscais, mesmo que pouco ambiciosos para a sustentabilidade fiscal. "O imbróglio que se gerou com a iniciativa, sua substituição por Medida Provisória e Decreto e o ruído político, coloca dúvidas agora até mesmo sobre o alcance destes resultados tímidos", diz Bittencourt. "Neste cenário, é difícil achar que uma solução via reformas estruturais é mais provável que uma flexibilização das metas", alerta.

Segundo a economista, o ime do IOF acabou ofuscando qualquer possível reação da curva à Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que trouxe queda nas vendas do varejo ampliado (-1,9%) em abril na margem maior do que a mediana das estimativas (-1,4%).

Já o Tesouro ofertou lotes grandes de prefixados para o leilão desta quinta-feira, com 16 milhões de LTN e 6 milhões de NTN-F. Foram efetivamente vendidas 15,45 milhões de LTN e todo o lote de NTN-F. Segundo a Warren, o DV01 (risco) do leilão foi 43,9% acima do anterior, sendo o maior desde 20/03/2025.




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