Nacional Titulo Crime
Laura Sabino rompe o silêncio após ataque brutal do irmão

Influenciadora detalha agressões sofridas, negligência do sistema e ameaças constantes: 'Esconder o que vivi só deu força ao que ele fez'

Da Redação
12/06/2025 | 14:33
Compartilhar notícia
FOTO: Redes sociais


Aos 25 anos, a influenciadora e ativista Laura Sabino viu sua vida virar do avesso após um episódio de violência extrema dentro da própria casa. Meses após sobreviver a um ataque a facadas e uma tentativa de homicídio cometido pelo irmão, ela decidiu tornar pública sua história — não por escolha, mas por necessidade.

“Entendi que manter segredo só alimentava o silêncio que protege quem nos machuca”, escreveu Laura em sua conta no X (antigo Twitter), ao anunciar a publicação de um vídeo em seu canal no YouTube em que detalha o episódio e as marcas físicas e emocionais que carrega desde março.

O ataque 364z3a

O crime aconteceu em 14 de março, em Belo Horizonte. Laura foi surpreendida dentro de casa, enquanto estudava, quando o irmão pulou o muro da residência, pegou duas facas e a esfaqueou nove vezes. Em seguida, tentou incendiá-la com álcool em gel.

Ela sobreviveu. Sangrando, conseguiu correr e pedir ajuda. A cena, que durou cerca de 20 minutos, foi apenas o desfecho de um histórico de ameaças e perseguições ignoradas pelo sistema de proteção.

Um histórico de alertas ignorados 136m32

Laura já havia registrado cinco boletins de ocorrência, conseguido uma medida protetiva e até relatado as ameaças em uma audiência pública sobre violência de gênero. A medida judicial foi expedida poucos dias antes do ataque, mas a intimação só chegou depois.

Ela também estava vinculada ao Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, mas nenhuma dessas ferramentas impediu o agressor — que, mesmo com histórico de comportamento violento, circulava livremente.

Campanhas de ódio e desinformação 1q4l1x

Pouco antes do crime, uma onda de desinformação alimentou ainda mais o clima de tensão. Um boato envolvendo seu nome viralizou nas redes sociais, atribuindo falsamente a ela envolvimento com drogas e maus-tratos — algo que nunca ocorreu. O irmão, durante o ataque, usou exatamente essas falsas acusações para justificar a violência.

Em mensagens anteriores ao crime, ele já a havia chamado de “vagabunda” e “vergonha da família”. Áudios revelam que o plano de matá-la incluía também expectativas de herança e ressentimentos pessoais, e não apenas um “impulso emocional”, como chegou a alegar.

O agressor e a resposta do Estado 201a3s

O irmão de Laura foi preso em flagrante e aguarda julgamento. A Defensoria Pública de Minas Gerais ainda não designou oficialmente um defensor para o caso. Apesar de tentativas da família de buscar tratamento psiquiátrico para ele, esbarrou-se na precariedade da rede pública e nos altos custos do setor privado.

Mensagens atribuídas ao agressor revelam alinhamento com discursos de ódio frequentemente disseminados contra Laura nas redes, com teor misógino, homofóbico e político.

Um pedido de escuta 1a2g54

Ao decidir contar sua versão, Laura não busca apenas justiça, mas quer transformar o horror que viveu em alerta. “Contar o que vivi não é sobre expor minha dor. É sobre impedir que ela se repita com outras pessoas”, afirmou.

Ela segue se recuperando ao lado de amigos e familiares que a acolheram. A militante reforça que está segura, mas alerta que as ameaças ainda não cessaram.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;