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Namoro no trabalho: como o RH deve agir com ética e equilíbrio

Especialista afirma que o problema não está nos relacionamentos, mas na forma como a empresa lida com eles

Da Redação
11/06/2025 | 16:30
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FOTO: Reprodução


Com a chegada do Dia dos Namorados, muitos departamentos de Recursos Humanos se deparam com uma questão delicada: como lidar com casais que se formam dentro da própria empresa? Embora os relacionamentos afetivos entre colegas de trabalho não sejam novidade, a forma como as organizações lidam com esse tema ainda é motivo de dúvidas e, em alguns casos, de conflitos silenciosos que comprometem o clima organizacional.

Para Alexandre Slivnik, especialista em excelência de serviços e vice-presidente da ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento), o ponto central da discussão não é proibir ou incentivar o namoro no trabalho, mas garantir que as relações não afetem a ética, a transparência e os resultados da equipe. “Relacionamentos entre colegas são naturais, especialmente em ambientes onde as pessoas compartilham metas, desafios e tempo. Mas é papel do RH e da liderança criar diretrizes claras para que isso não gere favorecimentos, conflitos de interesse ou desequilíbrios na dinâmica da equipe”, afirma.

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Slivnik lembra que, de acordo com uma pesquisa da SHRM (Society for Human Resource Management), 27% dos profissionais americanos já se envolveram romanticamente com alguém do trabalho. No Brasil, os números são ainda maiores. Um estudo do InfoJobs revelou que 42% dos profissionais já tiveram ou têm um relacionamento com alguém do ambiente corporativo. O dado, segundo o especialista, mostra que é um tema que não pode ser ignorado. “Fingir que o assunto não existe é um erro. O ideal é tratar com naturalidade e respeito, mas com regras claras”, diz.

Segundo o especialista, empresas que mantêm uma cultura de confiança e comunicação aberta conseguem lidar com o tema com mais leveza e maturidade. O papel do RH, nesse cenário, é mediar o diálogo e garantir que a relação não interfira em avaliações de desempenho, promoções ou decisões estratégicas. “O problema não é o namoro, mas o que se faz com ele. O risco surge quando há desequilíbrio hierárquico, falta de transparência ou conflitos de interesses mal resolvidos”, alerta.

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No Dia dos Namorados, é comum que empresas promovam ações simbólicas, como cafés da manhã temáticos ou troca de mensagens entre colaboradores. Para Slivnik, essas iniciativas são válidas, desde que respeitem a diversidade e não exponham quem prefere manter sua vida pessoal fora do ambiente profissional. “O papel da empresa não é promover o amor, mas permitir que ele exista sem interferir na produtividade e no bem-estar coletivo. Celebrar o dia com leveza e empatia é possível, mas o foco deve ser sempre o respeito.”

O especialista afirma ainda que um ambiente saudável é aquele que entende que os colaboradores não deixam sua vida pessoal na porta da empresa. “Quando as relações humanas são tratadas com respeito e maturidade, o engajamento aumenta. E isso vale para qualquer tipo de vínculo: amizade, iração, parceria — e, sim, também para o afeto”, conclui.




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