Em meio aos festejos juninos, os corações anunciam um lembrete para a data mais romântica do ano: o Dia dos Namorados. Para alguns, esse dia é aguardado e muito planejado, com compra antecipada de presentes e até mesmo jantares ou viagens que vão render bons posts nas redes sociais. Mas, em meio a esse clima romântico, o sentimento de solidão pode bater ainda mais à porta de pessoas que estão ou se sentem sozinhas e não apenas no âmbito de relacionamentos amorosos. O isolamento social é uma questão que merece atenção em todos os âmbitos, especialmente no médico, quando se trata de saúde mental.
Antigamente, antes da era do telefone, precisávamos ir até a casa das pessoas para vê-las e saber se estavam bem. Esses encontros, na maioria das vezes, proporcionavam momentos prazerosos, de interações afetivas que ficaram na memória por muitos anos. Entretanto, com o advento da tecnologia, para muitos, uma chamada de vídeo ou até mesmo uma simples mensagem já é suficiente.
As redes sociais, que a cada geração se tornam mais populares, acabam por incentivar o isolamento, provocando comportamentos individualistas e nos fazendo viver à base de relações superficiais. Acompanhar a vida do outro online parece suficiente, e aquela troca de abraços e presença ficaram em segundo, terceiro ou até quarto plano.
A pandemia foi um estopim para esse isolamento. A mudança de comportamento, que nos forçou de um dia para o outro a interação digital, rompeu vínculos e até relações. Isso pode ter feito com que muitas pessoas se acostumassem a se satisfazer apenas com esse tipo de contato, descartando o valor da presença física. E há uma justificativa para isso: a manutenção de relacionamentos exige esforço. E, como alguns consideram essa demanda cansativa, preferem o contato virtual.
Estar e se fazer presente é muito mais do que uma satisfação pessoal — faz bem para a saúde. E isso não sou eu quem afirma, é a ciência. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte indica que quanto mais laços sociais as pessoas criam, mais saudáveis elas são.
Uma das autoras responsáveis pelo estudo, Kathleen Mullan Harris, aponta que a interação entre adolescentes e jovens em relacionamentos sociais tem o mesmo valor que uma alimentação saudável, reduzindo, assim, problemas de saúde. E, ao mesmo tempo que essas relações trazem benefícios, o isolamento causa o efeito contrário.
Ainda de acordo com o estudo, adolescentes que se isolam têm maior risco de inflamações. E não pense que apenas os jovens têm essa necessidade de interação, os idosos também. Quanto menos interagem, pessoas acima dos 60 anos estão mais sujeitas à hipertensão e ao diabetes, doenças crônicas que precisam ser controladas para evitar uma série de complicações que impactam diretamente a qualidade de vida.
A recomendação não é que você saia abraçando desconhecidos na rua, mas que crie relações de qualidade, laços que te fortaleça e apoie em momentos de decisão e, mais ainda, que gerem memórias capazes de te fazer sorrir sempre que forem lembradas.
E, caso esteja se sentindo solitário, que tal sair para dar uma volta? Tomar um café, ver pessoas, frequentar academias e centros esportivos pode não resolver o problema completamente, mas ajuda a amenizá-lo.
E àqueles que fazem questão de manter relações, desejo um feliz Dia dos Namorados, com muito romantismo e parceria.
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